Maioridade e esclarecimento
Ailton Martins Evangelista
Licenciando em Filosofia Unisal
E-mail: ailtonevang1@gmail.com
Se existe um nome dado para uma atitude e uma vivência
mais imatura própria de uma menoridade, há entretanto uma outra posição para
aqueles sujeitos que superam sua menoridade e avançam este movimento é
atribuído com o nome de maioridade o fenômeno daqueles que alcançam um certo
esclarecimento.
A razão ordena ao homem que suas ações sejam pensadas
por dever a ela, em vez de serem simplesmente pautadas por suas inclinações,
neste sentido a razão determina a vontade e faz com que o homem alcance um
esclarecimento ou seja uma maioridade, dessa forma o sujeito pode emancipar-se e levar uma vida
no contexto de liberdade, autonomia e protagonismo assim define a maioridade.
Esta
passagem de menoridade para maioridade recebe o nome de esclarecimento que é
tido como a saída do homem de sua menoridade para a maioridade, para ele o
homem é responsável por esta ação isso significa que todo homem traz essa
menoridade como a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento
autonomamente, ou seja, sem a tutela de uma razão alheia.
“Para este esclarecimento
[<Aufklärung>], porém, nada mais se exige senão LIBERDADE. E a mais
inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer
um uso público de sua razão em todas as questões.”[1]
Uma vez que o sujeito consegue conquistar
sua maioridade é possível identificar nele uma vida autêntica, livre e repleta
de protagonismo, o sujeito vive uma emancipação e mesmo diante da vida
colocando-se como espectador dos fenômenos é possível perceber nele reações ativas
É
neste poder de associar e dissociar que reside a emancipação do espectador, ou
seja, a emancipação de cada um de nós como espectador. Ser espectador não é
condição passiva que deveríamos converter em atividade. É nossa situação
normal. Aprendemos e ensinamos, agimos e conhecemos também como espectadores
que relacionam a todo instante o que veem ao que viram e disseram, fizeram e
sonharam. [...] Temos de reconhecer saber em ação no ignorante e a atividade
própria ao espectador. Todo espectador é já ator de sua história; todo ator,
todo homem de ação, espectador da mesma história.[2]
Dessa forma maioridade e
protagonismo em Kant servem de ferramentas para uma vida autêntica e livre,
porém um homem sem dúvida pode, no que diz respeita à sua pessoa, e mesmo assim
só por algum tempo, na parte que lhe incumbe, adiar o esclarecimento, mas
renunciar a ele, quer para si mesmo quer ainda mais para sua descendência,
significa estar seguindo por um grande erro isto seria ferir os direitos da
humanidade.
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