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Mostrando postagens de agosto, 2017

O conceito de liberdade na obra Filosofia do Direito - Hegel

Na obra Princípios da filosofia do direito Hegel discute o tema liberdade dentro da esfera política e social como um processo racional e determinado. A primeira coisa que deve ser ressaltada é que Hegel descarta qualquer tipo de liberdade em sentido anárquico em sua obra, ou seja, um liberalismo sem ausência de restrições – vontade de fazer tudo o que se quer- o autor até conhecia este tipo de vontade, onde alguns pensadores de sua época assim defendiam, entretanto para ele tudo o que era resultado das vontades arbitrárias ou circunstâncias das mesmas não eram livres. Em certo ponto o autor concorda com Kant quando este introduz o verdadeiro sentido da liberdade não nos desejos, mas exclusivamente na razão, para ambos o agir por mero impulso da vontade excluiria a beleza e a originalidade da liberdade como expressão da razão.  No início de sua obra acima citada, Princípios da filosofia do direito, Hegel também nos fala que a liberdade deve ser preservada pelo Estado de direito,

As Formas de Governo Apresentadas no Livro VIII da República de Platão

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Brendo dos Santos Lima [1] Resumo : Em seu diálogo, Platão apresenta o perfil dos modelos governamentais que existiram e que existem e procura dentre suas características mostrar a seus interlocutores como tais formas não foram condizentes com a realidade vivida pelo seu povo, desde a Timocracia até a Tirania, trazendo suas características e seus erros. Com isso Platão formula o conceito do modelo de cidade ideal, a Aristocracia Intelectual, onde todos seriam conduzidos por um homem hábil e intelectual, o Rei-Filósofo que teria a missão de conduzir o povo como o pastor conduz as suas ovelhas. Palavras-chave : Platão; Timocracia; Oligarquia; Democracia; Tirania. Sumário : Introdução. 1. O Governo da Timocracia. 2. O Governo da Oligarquia. 3. O Governo da Democracia. 4. O Governo da Tirania. Conclusão. Referências. Introdução O Caminho para conseguir chegar a uma forma de governo que abarque e seja aceito por todos, é um difícil percurso a ser feito. Durante muito
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2.        Virtude na Ética a Nicômaco Eduardo Augusto Rosa de Matos [1] Segundo Aristóteles, o tema da virtude “é uma melhor investigação sobre a felicidade” e “é campo de estudo do verdadeiro político.” (ARISTÓTELES, 2001, p. 28.) A virtude a ser investigada é a virtude do homem, pois se busca o bem e a felicidade humanos. Virtude não a do corpo, mas a da alma, porque a felicidade é uma operação da alma. A alma para Aristóteles é dividida, uma irracional e a outra pertencente à razão. Parte da alma irracional parece comum e vegetativa, ligada à nutrição e ao crescimento e não pertence à virtude humana e a outra parte da alma irracional (sensível) participa de algum modo da razão. A parte da alma que tem a razão é a que se inclui na excelência humana, pois o homem é um animal racional e nisso exclusivamente se difere dos demais animais. Conclui-se, então, que a alma tem “dupla natureza: uma participa do princípio racional no sentido próprio do termo e em si, ao passo qu

A Felicidade segundo Aristóteles

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Genaro Augusto Brandão [1] 1.       A Felicidade segundo Aristóteles Aristóteles define a Felicidade como um bem supremo, ele acredita que a felicidade é resultado e uso total das qualidades morais, não por ser necessária, e, sim, por constituir um bem em si mesmo. Esse bem supremo que o homem sempre busca é algo para satisfazer as suas necessidades em todos os âmbitos de sua vida.                                    [...] O bem para o homem vem a ser o exercício    ativo das faculdades da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de uma excelência, de conformidade com a melhor e mais completa entre elas [...]” (Aristóteles 1999, p. 24-25) Quando a queremos algo de bom para a nossa vida sempre buscamos através do prazer, aquilo que preenche o vazio que sentimos dentro de nós. Alcançamos esse bem supremo final quando deixamos a nossa zona de conforto e seguimos adiante, procurando sempre não deixar o desprazer fazer parte de nós. Segundo o Aristóteles, toda a a

Felicidade em Kant

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Genaro Augusto Brandão [1] 1. Felicidade em Kant A felicidade é fundamentalmente empírica, ela irá depender dos desejos subjetivos determinados pelos sentimentos que sempre iremos sentir, como o de prazer ou a de dor. O desejo é sempre contingente, é determinada por objetos empíricos. É impossível universalizar os desejos e determinar, de forma que seja bem precisa a felicidade. Embora a felicidade seja desejada por todos os homens ela não pode ser precisamente definida a partir dos dados empíricos. Já na Crítica da Razão Pura Kant define a felicidade como a: “[...] satisfação de todas as nossas inclinações (tanto extensive, quanto à sua multiplicidade, como intensive, quanto ao grau e também protensive, quanto à duração).“ (CRPr, 2003, p. 92). E Kant vai colocar a ideia sobre a felicidade: “[...] para a idéia de felicidade é necessário um todo absoluto, um máximo de bem-estar, no meu estado presente e em todo o futuro.” (FMC, 2004, BA 31-32, p. 46). A partir dessa con

Substância simples e Composta em Tomás de Aquino

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Genaro Augusto Brandão [1] 1. Conceito de Substância Agora é necessário entender o que são as substâncias. Numa primeira visão é indispensável dizer que existem dois tipos de substâncias, as simples e as compostas. Compete, além disso, saber que a substância diz respeito ao “que é apto para existir em si” (JOLIVET, 1975, p. 210), assim o conceito de substância está ligado à essência, e ambas as substâncias possuem essência, como diz Tomás: “Ora das substâncias, umas são simples e outras compostas. Todavia, em ambas há essência.” (AQUINO, 1981, p. 65). 1.2 Substância Simples As substâncias simples são formas inteligíveis em ato, são separadas da matéria. Numa substancia intelectiva pode haver uma imunidade absoluta de matéria. Assim, há composição de forma (essência) e de existência na alma, como na inteligência. Ao contrário das substâncias compostas, as substancias simples possuem apenas forma. “(...) Em ambas há essência. Nas simples, porém, de modo mais verdadeiro

A Família na Filosofia do Direito de Hegel

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Genaro Augusto Brandão [1] Hegel fala sobre a Família desde inicio da seção, a partir daí ele vai discorrendo o assunto mostrando as principais determinações que existe no matrimônio, diz que a família é a primeira raiz ética do Estado. Como substancialidade imediata do espírito, a família determina-se pela sensibilidade de que é una, pelo amor, de tal modo que a disposição de espírito correspondente é a consciência em si e para si e de nela existir como membro, não como pessoa para si. (HEGEL, 1997, p. 149) Quando o autor trata do assunto sobre a família, aborda primeiramente da questão da eticidade, pois diz que a pessoa vai deixar de se isolar das demais pessoas e assim passa ser visto como um dos membros da família. Daí em adiante apresenta para ela a determinação do amor, pois com este sentimento caracteriza uma forma de autoconsciência, pois a mesma existirá como uma forma de relação entre os membros da família, que foi constituída através do matrimônio, assim se d

O Conceito de Felicidade na Fundamentação da Moral em Kant: em comparação com o pensamento de Aristóteles e Freud

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Genaro Augusto Brandão [1] Resumo : Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Immanuel Kant pretende estabelecer um princípio moral, que será válido, necessário e universal para a orientação do agir humano. Um princípio que deve ser completamente destituído de elementos sensíveis. Não é a partir de qualquer princípio empírico, a moralidade não pode ser fundamentada, uma vez que um princípio empírico de modo algum pode ser universalizável, mas apenas generalizável. A partir disso, o problema que se encontra na felicidade como princípio moral é sua determinação por um elemento empírico, e por isso é formalmente indeterminada, pois o ser humano não tem as condições necessárias para delimitar precisamente o conjunto de condições necessárias para a sua perfeita felicidade. A felicidade pode apenas ser condição material da determinação da ação do sujeito, na medida em que é móbil (empírico) para a ação. A felicidade não é a causa da moralidade para Kant, mas uma das suas conseq