Deus como bem e verdade, fim de todas as coisas
Licenciando de Filosofia Unisal Lorena-SP
E-mail: alissonsantos14@hotmail.com
Como já fora dito acima, o bem, para
Tomas de Aquino, é a finalidade de todas as coisas. Esta concepção é
apresentada no capítulo dezesseis da segunda parte da Suma contra os Gentios
(AQUINO, 2015b, p. 46-47). Tomás diz que tanto as coisas que conhecem o fim e
as que o desconhecem estão ordenadas para ele. Ao que infere este desejo do bem no homem Tomás dá o nome de apetite, o
que a faz caminhar para uma perfeição maior.
Com está argumentação pode-se afirmar
que para Tomás, mesmo quando o homem erra, está procurando um bem. E todos o
que procuram a verdade, procuram o bem, pois é esta o bem do intelecto.
Tomas também vai dizer o seguinte:
“[...] a verdade deve ser o fim último de todo o universo. [...] a Filosofia
Primeira é ciência da verdade, e não
qualquer verdade, senão aquela que é origem de toda verdade.” (AQUINO, 2015a,
p. 36.). Portanto este fim que o intelecto deseja, que é um bem, é a verdade e
é também objeto do intelecto divino. Porém, com referência ao intelecto divino,
foi apresentada a seguinte tese de Tomás: a de que em Deus o seu intelecto é a
sua própria substância. Portanto em Deus, no intelecto divino, não há verdade,
ele é a própria verdade e consequentemente ele é o bem cujo objeto são todas as
coisas, segundo afirma Tomás no capítulo seguinte da Suma Contra os Gentios.
Ele diz neste capítulo ainda mais. Argumenta na seguinte direção dizendo que
assim “como o fogo, que é quentíssimo, é causa do aquecimento em outros corpos”
(AQUINO, 2015b, p, 47.), Deus também é causa de todas as coisas. Portanto Deus
não é um bem, Ele é o sumo bem, ele não é só a bondade, é causa de toda
bondade. Por isso argumenta ele na introdução desta obra dizendo “[...]que as
coisas sensíveis, das quais a razão humana toma o princípio do conhecimento,
têm em si algum vestígio da semelhança divina[...]”. Com isto ele quis dizer
que há bondade nas coisas sensíveis, porém esta bondade provém da causa
primeira, que para Tomás é Deus. Mas para ele estas, as coisas sensíveis, são
insuficientes para chegar-se ao conhecimento do próprio Deus, podendo apenas
reunir algumas verossimilhanças.
Referências
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