A percepção de governo na antiguidade clássica

Ailton Martins Evangelista
Licenciando em Filosofia Unisal
E-mail: ailtonevang1@gmail.com
         A eficácia de um bom governo sempre contou com uma estreita ligação ao tema da sabedoria, já nos inicios do pensamento filosófico na antiguidade clássica já haviam reflexões em que apontavam essa direção, Sócrates, Platão e Aristóteles, filósofos de renome fizeram questão de deixar registrado como a mais segura e oportuna via para o êxito do governo a sabedoria.
          Temos em Sócrates um exemplo, uma vez que dedicou boa parte de sua vida tentando combater os sofistas, um grupo em que não se constituíam em uma escola Filosófica, ao contrário, seguiam direções muito variadas e até opostas, porém não traziam em si o amor e nem a valorização pela verdade, os sofistas uma vez que não tinham ligação e compromisso com a sabedoria, traziam consigo inúmeras características negativas, estes traços poderiam proporcionar o fracasso de um governo.
          Dando continuidade encontra-se Platão, que irá dedicar parte de sua vida e até escrever um livro A Republica em que irá apontar que cabe aos sábios o compromisso e responsabilidade de governar.
          Para o Grego era impossível conceber o homem isolado, sua dignidade consistia em ser cidadão da polis, por isso os governantes eram escolhidos com muita atenção afinal competia a eles o ato de governar bem a polis.
O governo deve ser de uma minoria seleta (os guardiões). O governo deve estabelecer relações dos cidadãos entre si e com as outras cidades. O BEM COMUM deve estar acima do bem individual dos cidadãos individualmente. A divisão de classes não é vista com uma visão de castas, mas como partes de um grande organismo.[1]
          A visão de Platão e dos Gregos eram pontuais em dizer que o governo de um povo dependia de uma política constituída por um grupo seleto, Platão acreditava que o governo deveria ser conduzido por uma minoria que receberiam o nome de “Guardiões”.
          Aristóteles apostava no governo enquanto um meio para se fazer o Bem Comum defendia que a política deveria ser acompanhada de sabedoria, sendo assim seu pensamento dava continuidade com o de seus antecessores, o assunto referente à Política era tão importante que chegou a dedicar um livro em que tratava desse assunto.
Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos ou não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.[2]




[1] PASSOS JÚNIOR, Dílson. História da filosofia antiga. Lorena: Centro Unisal, 2013. Digitado, p. 15
[2] ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornhm. São Paulo: Abril S/A Cultural e Industrial, 1973, p. 249.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Conceito de Família na Filosofia do Direito de Hegel.

O Conceito de Felicidade na Fundamentação da Moral em Kant: em comparação com o pensamento de Aristóteles e Freud

Felicidade: um bem supremo