A Suma contra os Gentios
Alisson Rafael Lorenço dos Santos
Licenciando
Filosofia UNISAL
e-mail: alissonsantos14@hotmail.com
A
Suma Contra os Gentios é um tradado escrito por São Tomás de Aquino com a
pretensão de apoiar seu confrade, São Raimundo Penafort, que se encontrava
atuando como missionário na Espanha onde havia um grande número de pessoas pagãs
e aderentes à fé islâmica. Tem como ideia base demostrar aos Gentios,
não-cristãos, que a fé não é contraria à razão. No entanto, também tem a
pretensão de mostrar que há dados que competem à fé e que superam a razão. Isto
faz com que a fé não seja contrária à razão, mas algo complementar a esta.
Na parte introdutória desta obra, que
está dividida em nove capítulos, Tomás traça um caminho de argumentação com a
intenção de dizer que as verdades da razão e as verdades da fé culminam para
uma mesma verdade, Deus. Portanto para Tomás tanto pelo caminho da fé como pelo
caminho do conhecimento racional pode-se chegar a Deus.
E sua obra, o Aquinate, escreve sobre
o ofício do sábio, que é apresentado logo no primeiro capítulo. Diz ele ser o
oficio do sábio ensinar a verdade e refutar o erro. Levanta também o
questionamento se compete aos filósofos cristãos ensinarem a verdade católica e
refutar o erro oposto. Responde ele que sim, indicando a forma de diálogo que
deveria ser usado conforme o ouvinte, para que estes aceitem tais evidencias.
Podem-se considerar três questões
gerais a partir da introdução. A dupla ordem das verdades (naturais e
sobrenaturais); o que compete a cada uma das partes – fé e razão – e a relação
existente entre as duas ordens de verdade. Afirma ele constantemente que, mesmo
sendo distintas, não há contradição entre elas. E que não é leviano aceitar as
verdades de fé que excedam à razão.
Em meio a este assunto, há um tema que
perpassa todos estes capítulos desta parte introdutória, de modo mais evidente
no terceiro capítulo: é a questão do conhecimento das coisas e a manifestação
destas que conduz à Verdade. Tomás dá uma informação importante para
compreender como ele concebe este conhecer humano. Ele, por influência de
Aristóteles, considera o homem como um composto, não sendo o corpo separado de
sua alma, e sim a alma como forma do corpo, criados simultaneamente, portanto,
codependentes (no entanto há para Tomás a possibilidade da alma existir sem o
corpo).
Tomás não dispensa os sentidos nesse
processo de conhecimento, os sentidos são para ele indispensáveis para
intelecção humana. São eles que percebem os entes – coisas sensíveis – que
podem levar, pelo caminho da razão, ao reconhecimento da causa primeira, que
para ele é Deus.
No entanto há conhecimentos mais
elevados que nem mesmo a alma racional é capaz de compreender – senão pela fé
–, sendo ela a mais baixa na escala das almas espirituais, as quais possuem a
capacidade de intelecção (TORRELL,
2015.).
Referências
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