Felicidade: um bem supremo
Genaro Augusto Brandão[1]
Resumo: Aristóteles destaca em sua obra “Ética a
Nicômaco” que a felicidade existe e que é possível que sejamos pessoas felizes,
mais para isso é necessário sermos pessoas praticantes da virtude, que é aquilo
que nos leva a prática do bem. A Virtude
é a capacidade humana de aplicar a racionalidade e fazer dela uma coisa
prática. Assim é possível chegar ao fim último, o qual é o Bem Supremo, identificado como a Felicidade.
Freud vai nos dizer que a Felicidade é algo prazeroso, mas que depende da realidade
em que que só é possível alcançar a Felicidade quando não passamos por momentos
de desprazer. Para se alcançar a felicidade precisamos passar por momentos
satisfatório, pois o estado de Felicidade é determinante na vida do homem, pois
é um estado que mexe em tudo em sua vida principalmente o psíquico.
Palavras- chave:
Bem. Felicidade. Satisfação.
Introdução
A temática desenvolvida neste artigo está voltada para uma
reflexão acerca do bem supremo, que é a Felicidade. Aristóteles define a felicidade como uma atividade da
alma ajustada à vida perfeita. Sendo a felicidade uma atividade da alma, as
pessoas devem fazer um esforço intelectual para adquiri-la. A busca da felicidade
justifica a ação humana. Todos os outros bens são meios para atingir o bem
maior que é a felicidade. Aristóteles salienta que esse bem final deve ser algo
alcançável, senão não sustentaria a ação humana em busca do mesmo.
A felicidade é tida como um bem supremo, todos
a desejam, mas muitos a confundem com prazeres, luxúrias, honrarias, riquezas.
O filósofo afirma que uma mesma pessoa pode ter uma visão equivocada da
felicidade, em épocas diferentes de sua vida. Para muitos, a felicidade seria
algo que vem suprir o que está faltando naquele momento, como o dinheiro, a
saúde, a saudade. Mas é necessário entender que a felicidade é algo maior do
que as partes que a compõem.
Freud nos diz que a Felicidade depende do
estados que nós nos encontramos, depende da realidade em que vivemos, se
estamos passando por algum problema, enfermidade, morte, entre outros, o
importante é não passar por momentos de desprazer. Para conseguirmos alcançar a
Felicidade é necessário passar por momentos de prazer e passando por este
estado conseguimos alcançar um alto nível de Felicidade, com isso nos dá um
sentimento de satisfação. Segundo Freud, isso acontece por que mexe com todo o
nosso ser, principalmente com o nosso Psíquico.
Para o homem a felicidade é tratado como algo
que só se consegue através de momentos e coisas prazerosas, muitos se espelham
em outras pessoas achando que se formos todos iguais, ou até mesmo procurando a
copiar e imitar determinada pessoa, é possível se alcançar ao nível extremo da
felicidade. Pode até alcançar, mais pode acontecer de ser momentos de passagem
rápida. A felicidade depende do estado em que a pessoa se encontra, ninguém
consegue se alegrar pela perda de um ente querido, ou até mesmo por um acidente
grave.
A felicidade é um bem final, não
encontramos prontos, mas sempre teremos que construir a felicidade e ela passa
constantemente por construção.
1.
Dados biográficos de Aristóteles.
Aristóteles nasceu em Estágira, na
Macedônia, antiga região da Grécia. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas
III. Teve sólida formação em Ciências Naturais. Com 17 anos partiu para Atenas,
foi estudar na Academia do filósofo Platão. Logo se tornou o discípulo
predileto do mestre. "Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos
alunos e o cérebro de Aristóteles", afirmava Platão.
O brilhante aluno escreveu uma série de
obras, nas quais aprofundava, como também modificava as doutrinas do mestre.
Suas pesquisas sobre os objetivos de cada ciência foram importantes para
determinar um campo específico de estudo, possibilitando seu desenvolvimento.
Procurou explicar com o raciocínio todos os fenômenos do Universo. A filosofia
de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do
Estado (Política).
Quando Platão morreu, em 347
a.C., Aristóteles, depois de vinte anos de Academia, já era importante e
deveria ser o substituto natural do mestre, na direção da Academia. Porém foi rejeitado por ser considerado
estrangeiro. Decepcionado, deixou Atenas e foi para Atarneus, na Ásia Menor,
onde tornou-se conselheiro de estado de seu antigo colega, o filósofo e
político Hermias. Casa-se com Pítia, filha adotiva de Hermias, mas entra em
choque com a sede de riqueza do amigo, em contraste com seus ideais de justiça.
Quando os persas invadiram o pais e crucificou seu governante, Aristóteles mais
uma vez ficou sem pátria.
Em seus
escritos sobre ética, Aristóteles define que as virtudes devem estar sempre no
meio termo, ou seja, devemos nos afastar dos extremos para não sucumbirmos nos
vícios e excessos. A felicidade como um
bem perfeito é desenvolvida pela razão e se manifesta através do agir e no
controle das emoções. Aristóteles considera que todas as ações devam ser
guiadas pela razão.
2. Definição de felicidade
2.1 Felicidade
Quando
tratamos sobre a felicidade nos recordamos sobre momentos alegres e felizes que
passamos no nosso dia a dia. São momentos que nunca iremos esquecer, pois são
sentimentos que nos satisfaz. Não podemos nos esquecer desses momentos de alta
astral. O sentimento de felicidade é natural do homem, é algo constantemente
desejado para si.
O
homem não conseguiria viver sozinho, pois é um ser político e mesmo assim a
felicidade anda ao lado dele, pois não deixaria de passar por algum momento que
não fosse feliz ou não teria passado por algum momento de felicidade. Nós
construímos a cada dia a nossa felicidade, é um processo de construção, não
conseguiremos viver sem esse sentimento.
Segundo
Aristóteles, o bem é aquilo que todos desejam em ter. Se a felicidade é o fim
ao qual tende o apetite natural de todas as pessoas, então o fim último, o bem
supremo, será a própria felicidade. A felicidade entendida na pólisdeve
visar sempre o bem comum dos cidadãos. Quem age em vista do bem comum vive
feliz. Portanto, a felicidade é a arte de viver bem e é o bem supremo sob o
qual todas as ações do homem estão voltadas.
[...]se
há, então, para as ações que praticamos alguma finalidade que desejamos por si
mesmas, sendo tudo mais desejado por causa dela, e se não escolhemos tudo por
causa de algo mais (se fosse assim, o processo prosseguiria até o infinito, de
tal forma que nosso desejo seria vazio e vão), evidentemente tal finalidade
deve ser o bem e o melhor dos bens.(ARISTÓTELES, 1999, p. 17):
A
felicidade é o estado de quem é feliz, tem uma sensação de estar bem, que
devido a isso pode ocorrer diversos motivos. É um momento durável de
satisfação, a pessoa se sente plenamente feliz quando não há nenhum momento de
sofrimento. Quando ficamos felizes é devido a junção de emoções e sentimentos
que por algum motivo nos leva a sentir, é uma sensação de que temos como a
realização de um sonho, ao rever uma pessoa muito querida ou até mesmo por
estar de bom humor.
[1] Aluno do 1º semestre do curso de Filosofia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL) – Unidade Lorena. Este trabalho foi orientado pelo o Prof. Pe. Dilson Passos Júnior.
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